Irmãs Carmelitas são conhecidas como "artilharia pesada" por suas orações

Tanger, 26 de mai de 2020 às 11:20

As religiosas de claustro da comunidade carmelita de Tânger (Marrocos) tornaram-se conhecidas em Londres, especialmente no centro financeiro, por suas orações, ganhando o apelido de "artilharia pesada".

As religiosas recebem muitos pedidos de oração, muitas vezes desesperados, de pessoas católicas e não católicas, os quais acolhem com prontidão. Muitas vezes suas orações conseguem um êxito espetacular, o que fez com que ganhassem esse apelido particular.

Em uma entrevista ao National Catholic Register, Antonio Irastorza, advogado de Londres com escritórios próximos ao coração do distrito financeiro da cidade, indicou que conheceu as religiosas por acidente.

“Encontrei-as em janeiro de 2013, quando estava no sul da Espanha. De lá, atravessei em balsa para Tânger, mas não consegui voltar porque minha balsa afundou devido aos ventos fortes! Um dos dois únicos lugares para assistir Missa em Tânger é o Carmelo, então eu fui lá para a Missa", assinalou.

Irastorza descobriu que as irmãs carmelitas viviam em extrema pobreza e ficou impressionado com seu testemunho de fé em um país islâmico.

"Tive uma conversa com a Madre Priora e perguntei se eu poderia manter contato com o Carmelo por e-mail", explicou.

A partir de então, Irastorza começou a enviar muitos pedidos de oração às irmãs e, graças aos favores recebidos em temas laborais ou de família devido às suas orações, logo sua história se espalhou por todo o distrito financeiro de Londres.

"Uma das pessoas que recebeu um favor através das irmãs descreveu sua oração como algo semelhante à ideia militar de 'artilharia pesada'", indicou o advogado.

O Mosteiro das Carmelitas Descalças da Sagrada Família e Santa Teresa do Menino Jesus, no Marrocos, é composto por nove religiosas, duas da Espanha e uma irmã de Portugal, Itália, Equador, Colômbia, Libéria, Filipinas e Chile.

A Madre Priora do Carmelo, em Tânger, Julia de São José, disse ao Register que "o dia normal de uma monja carmelita se equilibra com a solidão e a vida comunitária, a recreação e o silêncio, o trabalho e as orações".

A religiosa assinalou que as irmãs tentam se ajudar mutuamente a viver em união com Cristo, através do canto de louvor, da vida em silêncio e da meditação da palavra de Deus.

“Realizamos nosso trabalho imitando a vida da Sagrada Família em Nazaré; e apresentamos ao Senhor todos os dias as alegrias e tristezas, a angústia e a esperança da Igreja e de todos os homens", acrescentou.

A Madre Priora indicou que, no mundo islâmico, existem mosteiros do Carmelo na Síria e no Egito. No entanto, "nesses lugares existem famílias cristãs nativas que moram lá", ao contrário do Marrocos, onde não vivem leigos católicos.

Por esse motivo, as irmãs carmelitas se mantêm da venda de biscoitos caseiros, geleias e bolos. “Também fabricamos itens religiosos, como terços e chaveiros. Temos um albergue onde recebemos grupos durante o verão”, disse Madre Julia de São José.

No entanto, como esse dinheiro nem sempre é suficiente para as necessidades, o Carmelo também recebe com gratidão esmolas do seu dedicado grupo de beneficiários em Londres.

As irmãs perderam recentemente o telhado do mosteiro devido a um furacão e precisaram de 50 mil libras (aproximadamente 75 mil dólares) para substituí-lo.

Ao saber da situação difícil, Irastorza espalhou a notícia pela cidade de Londres e, em poucos dias, as irmãs conseguiram o dinheiro necessário para substituir o telhado.

Irastorza assinalou que a quantidade de doações arrecadadas em Londres para as irmãs se deve às orações que elas fizeram por muitos de seus amigos e colegas. Portanto, a boa vontade que as pessoas têm por essas religiosas é evidenciada nas contribuições financeiras que as irmãs receberam em suas horas de necessidade.

"As irmãs nunca falam de si mesmas", observou Irastorza. “A única coisa em que lhes interessa ​​é ajudar outras pessoas através da oração. Seu testemunho tem sido uma grande lição para mim de serenidade e abandono à vontade de Deus”.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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